Ecoando No Meu Ser

Soltam-se aqueles ruídos
Trémulos nos ouvidos
O coração acelera e apagam-se as ideias
Sente-se o sangue ferver nas veias

A questão surge na mente
É algo tão frequente
O som integra-se e não sai
Como o chamamento de um pai

Como crianças corremos
Com todas as forças que temos
A respiração ofegante
De quem chega num instante

A agitação é geral
É a confusão total
Todos correm então
Numa desorganização

Mais ruidos se soltam
Dos que vão e não voltam
Aquele já foi embora
Eu vou neste agora

A luta é constante
É algo importante
Acompanho os gemidos
Sons comprimidos

Todos olham
Todos questionam
O que se está a passar
Qual será o azar

Coninua o nervoso em mim
Não é hora do seu fim
Quando tudo acabar
Todos vamos acalmar

Temos muito trabalho
O fogo seca o orvalho
É tempo de o combater
Sem nada a temer

Tornando-se velóz
Aumenta a fúria em nós
Aqui tu vais morrer
Aqui te irão esquecer

As fardas aquecem
As mentes não esquecem
Temos de matá-lo
Não podemos poupá-lo

As chamas são combatidas
E aos poucos varridas
Agora sucumbiu
E nenhum fugiu

A coragem é obtida
Mas não reconhecida
Não passamos de trastes
Para quê estes combates?

A lingua do povo enfim
Quando não precisa é assim
Orgulho todos temos
Com esse mal nós podemos

É feito com coração
É a nossa paixão
Salvar vidas assim
Para nós não terá fim

O silencio aparece
Nada mais acontece
O regresso é lento
Já ninguém está atento

As sirenes calaram
Os ouvidos acalmaram
O fogo morreu
O povo recolheu

Depois da luta
Da brutal disputa
Regreçamos ao posto
Com cinza no rosto

Olhamos fixamente
Para toda a gente
Pensando então
Que a luta não foi em vão

É disto que gostamos
O fogo saboreamos
Descansados estamos
A casa regressamos

Chegámos
Lutámos
Conquistámos
E voltámos